A Microsoft anunciou que o Xbox Game Pass Ultimate teve seu preço ajustado de $19,99 para $29,99 por mês, o que representa um aumento de 50% em apenas 14 meses desde o último reajuste. No Brasil, a alteração chega a um aumento de 100% (de R$59,90 para R$119,90). Para novos assinantes, a mudança entrou em vigor hoje, 1º de outubro, enquanto para assinantes recorrentes começará em 4 de novembro.

Para justificar o novo valor, a empresa incluiu benefícios adicionais, como o Fortnite Crew e o Ubisoft+ Classics, além de prometer mais de 75 lançamentos day one por ano. Apesar disso, a recepção da comunidade foi majoritariamente negativa.
Nas redes sociais, muitos assinantes expressaram insatisfação, a ponto de a página de cancelamento de assinaturas ter saído do ar momentaneamente. Aumento de preços e Xbox têm caminhado lado a lado ultimamente, especialmente considerando o aumento recente no custo dos consoles Xbox Series S e X.
the website to cancel Xbox Game Pass subscriptions is overloaded https://t.co/tnUjhmg1GS pic.twitter.com/vLzPsodAdf
— Wario64 (@Wario64) October 1, 2025
Embora a Microsoft defenda que o novo valor reflete o catálogo expandido e as novas parcerias, a falta de transparência e a percepção de que o custo do Xbox não para de subir, com jogos, consoles e até acessórios mais caros, intensificam a sensação de desgaste. O Game Pass já vinha sendo questionado por membros da própria indústria: o ex-executivo da Bethesda, Pete Hines, havia questionado a estratégia de negócios do Game Pass em uma entrevista com a DBLTAP, em 5 de setembro deste ano:
“Quando falamos de uma assinatura que depende de conteúdo, se você não descobrir como equilibrar as necessidades do serviço e das pessoas que o administram com as pessoas que fornecem o conteúdo – sem as quais sua assinatura não vale p**** nenhuma – então você tem um problema real. Você precisa compreender, recompensar e reconhecer adequadamente o que é necessário para criar esse conteúdo e não apenas fazer um jogo, mas um produto.”
O Game Pass parece estar sendo reposicionado como uma assinatura “premium” de entretenimento, o que traz o risco de afastar parte do público que, até agora, via no serviço uma das melhores propostas de valor do setor. Por exemplo, Hollow Knight: Silksong, um indie que foi lançado no primeiro dia no Game Pass, agora custa basicamente a metade do valor da assinatura necessária para jogá-lo através do serviço. Ou seja, é preciso pagar R$119,90 na versão Ultimate para jogar um jogo no lançamento que custa R$60.
Claro, o objetivo do Game Pass não é ser sempre mais barato que todos os jogos presentes no serviço (já que lançamentos gigantes como Call of Duty costumam custar mais de R$350), mas sim ser um meio acessível de descobrir novos jogos sem ter que abrir a carteira para cada um. No entanto, quando os preços do serviço dobram essencialmente, essa “acessibilidade” fica bastante comprometida.