Cineclube Delírios estreia a Maratona Sapatão e fortalece a representatividade lésbica no RN

Cineclube cria espaço de representatividade e acolhimento para a comunidade LGBTQIAPN+

Ketlen Barbosa

26/09/2025 às 13:11

O Cineclube Delírios, projeto criado por estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para preencher a lacuna de espaços contínuos dedicados ao cinema queer e à diversidade de gênero e sexualidade, estreou nesta quinta-feira (25) a Maratona Sapatão no Departamento de Comunicação Social da UFRN (DECOM).

O evento é uma exibição gratuita de filmes de animação, ficção e documentários que buscam retratar as pluralidades da vivência lésbica. Com apoio da Mostra Monstra e do DECOM, os estudantes criaram um espaço de representatividade e acolhimento para a comunidade LGBTQIAPN+, além de impulsionar o cinema queer na capital potiguar.

Foto: Amin e Carmim Paiva | Divulgação Cineclube Delírios

Amin, Carmim Paiva, Felipe Santelli e Sofia Carlos, integrantes do Cineclube, declararam ao Portal Saiba Mais que já vinham estabelecendo diálogos e novas perspectivas sobre o cinema queer, por meio de projetos de extensão, formação em curadorias e mostras promovidas pelo Cineclube Mulungu. A Maratona Sapatão surge a partir desses aprendizados.

A exibição se destaca pela preocupação em incluir diversos formatos narrativos, com ênfase em títulos mais recentes produzidos por mulheres, como os curtas-metragens Velcro, dirigido por Carol Lima e Renata Pimentel, e Sappho, dirigido por Rosana Urbes. “Queremos propor um cinema queer que desafie padrões estabelecidos e abra espaço para novas formas de contar histórias”, afirmaram os criadores ao Portal Saiba Mais.

Desafios para impulsionar o cinema LGBTQIAPN+ no RN

Além das dificuldades históricas do audiovisual no Estado, como a escassez de investimentos para mostras regulares, a ausência de cinemas de rua e a limitada acessibilidade, o cinema LGBTQIAPN+ ainda enfrenta a falta de diversidade nas programações do circuito comercial, que raramente exibe produções com essas temáticas.

O Cineclube surge como um importante espaço de resistência, promovendo encontros, formando público e fortalecendo um olhar mais plural sobre o fazer cinematográfico potiguar. “Queremos romper com a narrativa cisheteronormativa, que por muito tempo dominou as histórias das mulheres lésbicas”, destacaram ao Portal Saiba Mais.

Antigo Cine Panorama voltará a ser um cinema de rua. Foto: Comunicação Secult-RN

Porque o cinema sáfico ganha notoriedade em 2025?

Com o aumento da visibilidade e do ativismo da comunidade LGBTQIAPN+, novos coletivos e movimentos têm exigido maior representatividade, criando um ambiente social e cultural mais aberto às narrativas sáficas. Um exemplo disso são as ações em torno do Dia da Visibilidade Lésbica, que têm ganhado mais atenção na mídia. O Canal Brasil, por exemplo, exibiu recentemente os longas-metragens Mães do Derick, de Cássio Kelm, e Flores Raras, de Bruno Barreto, para promover o combate à lesbofobia.

O público queer, especialmente os jovens, tem enfatizado a necessidade de narrativas que transcendam os estereótipos, fugindo de histórias centradas apenas em tragédias, sofrimento ou repressão. A demanda é por experiências de alegria, cotidianidade, diversidade, afetos e identidades múltiplas.

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