Depois de um árduo caminho marcado por protestos de fãs, manifestações do elenco e apoio de produtores, o Demolidor voltou. Agora nas mãos de Kevin Feige e distribuído no Disney+, o Vermelhinho concluiu sua primeira temporada na nova casa.
Antes, as divisões de TV e cinema da Marvel não se conversavam, apesar de, teoricamente, fazerem parte do mesmo universo. Sob a liderança de Jeph Loeb, roteirista veterano e autor de clássicos como Demolidor: Amarelo, a Marvel TV seguia seu próprio caminho — um microverso que dava piscadelas tímidas aos Vingadores do cinema, mas sem nunca mergulhar de verdade no MCU.

Com a chegada do Disney+, as coisas mudaram. As divisões de TV e cinema foram unificadas sob o comando de Kevin Feige. TV e cinema finalmente se juntaram sob o mesmo guarda-chuva criativo, mas a unificação teve um preço: todas as séries da antiga Marvel TV foram canceladas, sem exceção. Nem mesmo o Demolidor da Netflix, sucesso absoluto entre fãs e crítica, escapou.
Com o cancelamento iminente, a equipe de Demolidor arregaçou as mangas e fez a melhor temporada possível, visando uma salvação pela nova gerência. Eles conseguiram, mas não da forma que todos esperavam. O retorno só veio sete anos depois, com uma produção totalmente diferente e, por pouco, sem boa parte do elenco original.

A série passou por diversas mudanças ainda durante as gravações. Após seis episódios já gravados, o “Zé Boné” (Kevin Feige) decidiu que a série da Netflix agora faria parte do cânone oficial do MCU, sendo citada ativamente. A nova produção seria quase uma quarta temporada, com continuidade da trama e dos personagens. Na versão inicial, a produção não contaria com a participação de Karen Page (Deborah Ann Woll), Foggy Nelson (Elden Henson) e Mercenário (Wilson Bethel). Além disso, Vanessa Fisk (Ayelet Zurer) seria interpretada por outra atriz.
Por conta de algumas impressões iniciais negativas e da resposta positiva do público à série Echo (2024), que trouxe de volta o Rei do Crime de Vincent D’Onofrio e o Demolidor de Charlie Cox, a Marvel resolveu reescrever parte da série. Três episódios foram totalmente reescritos, e os outros sofreram algumas regravações ou ajustes de roteiro. Porém, é visível que boa parte das gravações originais foi mantida.

Ao que tudo indica, o roteiro original da série já se iniciaria com Foggy morto, Fisk prefeito e o Demolidor aposentado. O foco seria na vida de advogado de Matt Murdock até o surgimento do vilão Muse. Provavelmente todo o arco da Vanessa com Adam, sua relação com o assassinato de Foggy e a participação do Mercenário não estivessem tão presentes — ou, pelo menos, não de forma tão ativa. Fica claro que os episódios totalmente reescritos e gravados posteriormente são os episódios 1, 8 e 9, que fecham um arco independente, sem conexão direta com os outros seis episódios. Saiba nossa opinião sobre a primeira temporada de Demolidor: Renascido na crítica.
Agora, parece que a série encontrou seu norte. A segunda temporada vem aí com participação mais significativa de Karen, mais cenas com o Mercenário, e rumores apontam que devemos ver outros membros dos Defensores da Netflix. Além disso, as imagens vazadas do set comprovam que finalmente teremos o Demolidor com sua logo estampada no peito. Demorou “somente” 11 anos para vermos isso em tela, mas a espera parece ter valido a pena.

 
											 
								 
								 
								